NÃO PERCA DE VISTA QUEM VOCÊ REALMENTE É…
Não tenho facebook pessoal, não tenho whatsapp, não tenho instragram… e quando me perguntam por que não, apenas respondo “não tenho porque simplesmente não gosto.”
Não tenho necessidade de por a público tudo que faço no dia a dia, nem publicar encontros com amigos, festas, viagens… não preciso da avaliação dos outros sobre minhas opiniões pessoais, nem das curtidas e comentários em minhas fotos, não tenho necessidade de ser admirada ou criticada na internet.
Resumindo, minha vida, minha felicidade, minha tristeza… enfim… não depende das redes sociais.
Nada contra quem gosta disso tudo e não vive sem elas, mas eu prefiro me manter a moda antiga. Gravar minhas fotos em cd’s ou no meu computador, montar álbuns de fotos reveladas, ligar e ouvir a voz de alguém, receber e visitar amigos, abraçar e beijar de verdade, matar saudades, fazer contato físico com as pessoas.
Tudo bem que uma massagem no ego de vez em quando faz parte da necessidade humana, mas não sou a favor a tanta exposição em mídias sociais, para buscar elogios e olhares de reconhecimento de pessoas que muitas vezes nem me conhecem pessoalmente.
Fico triste em saber que as referências que antes vinham da família, dos amigos, hoje vêm da internet. As pessoas estão cada vez mais distantes umas das outras. Na minha opinião, o exagero de mostrar o que se faz diariamente, postar tudo que ama ou odeia, faz parte da “cultura da vaidade” criada para alienar as pessoas e fazê-las viver num mundo de faz de conta, onde todo mundo é feliz, quer o bem do próximo, cuida do planeta e se ama.
Esta “sociedade do espetáculo” faz com que esqueçamos que a conexão com o nosso eu é o que gera a autoestima, em todas as áreas da nossa vida. Essa busca obsessiva pela opinião alheia em tudo, na verdade, faz com que a pessoa evite de olhar para si próprio e aceitar que ninguém é perfeito.
Tá certo! Quanto estamos felizes, queremos mais é que o mundo todo saiba, não é mesmo? esperar que os amigos compartilhem seus sentimentos nas redes sociais não é algo negativo. Mas a partir do momento em que a sua felicidade e satisfação dependem do número de “curtidas” e comentários na sua timeline, é onde o problema começa. Significa que você está totalmente alheio a quem você realmente é, tudo por que tem interpretado a sua vida se espelhando na vida dos outros. É preciso tomar muito cuidado com a imagem que você constrói de si mesmo nas redes sociais.
Dentro do mundo virtual, é muito fácil sermos “personagens interessantes”, para os olhos alheios. Sua personalidade acaba sendo adaptada de acordo com o ambiente, a idade ou o grupo do qual se relaciona. Você esquece de quem realmente é! E ainda acha que isso é normal. Acontece que nesta “brincadeira” você pode acabar perdendo o controle de até que ponto pode ir…
Cada vez mais estamos nos voltando ao ambiente virtual. Estamos diminuindo o ambiente real e buscando refúgio ou exílio no virtual. A internet é o novo planeta, o novo local de convivência. Não é mais a escola, a família, a vizinhança… as relações estão se tornando praticamente virtuais, e isso é preocupante.
As vezes ficamos tão acostumados com o que os outros dizem sobre nós, e nos tornamos reféns da opinião alheia. Assim, jamais nos tornaremos independentes. É como se nunca conquistássemos nossa autonomia enquanto sujeitos. Você consegue criar uma vida no mundo virtual, e ser quem vc sempre sonhou em ser. Mas não adianta apenas inventar. Precisa viver a realidade, ou fazer tornar-se real o que você tanto sonha.
Bjs
Sol Ferrari